Muitas pessoas falaram que iriam se demitir se a empresa insistisse em voltar para o escritório depois do longo tempo remoto durante a pandemia. Parecia blefe. Mas, na verdade, não foi. Muita gente realmente fez isso. Eu fiz isso. Esse ‘Verão da Demissão’ me fez pensar muito nas motivações por trás de ter os funcionários num escritório.
Cheguei na conclusão que parece ser pelo ‘comportamento policial’. Uma conduta ‘fique de olho nas pessoas’ ligada apenas a necessidade de controle. A principal diferença do remoto para o presencial é a possibilidade ter alguém podendo fazer uma ‘rota’ e checando o que elas estão fazendo. Checar se a pessoa está de 9h às 17h dando toda sua atenção, tempo e energia para o trabalho. E existe essa pessoa que tem como único trabalho ser o ‘policial’ verificando cada um dos funcionários. No ambiente remoto esses pontos não existem. O controle físico de abordar cada uma das pessoas não existe, o ‘policial’, que provavelmente é um gerente, não tem mais função nesse novo espaço. Esse gerente que parecia sempre ocupado não pode manter essa aparência.
A dor do chefe é ter que confiar em cada um dos funcionários quando não tem ninguém vendo, e isso não é fácil de ter e requer uma proximidade com os funcionários que ele não tem. O controle é o método mais fácil.
Leitura bônus: Esse post no Reddit que o chefe reabriu o escritório, mas não consegue fazer os funcionários felizes em voltar, apesar de ouvir as reclamações e melhorar o escritório. Mas eu considero a visão dele extremamente inocente supondo que comprar uma boa máquina de café ou um Playstation iria ajudar. É legal ver certas respostas ao post citando o que realmente pode ajudar a fazer as pessoas voltarem (coisas realmente caras) e que, mesmo assim, esse esforço pode não ajudar em nada. Afinal, não importa o que ele faça, a casa das pessoas sempre vai ser mais personalizada e agradável para elas.